As Cinco Fases do Luto na Clínica de Reabilitação

As Cinco Fases do Luto na Clínica de Reabilitação


As Cinco Fases do Luto na Clínica de Reabilitação

O Legado de Elisabeth Kübler-Ross e as Cinco Fases do Luto

Nas décadas de 60 e 70, a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross revolucionou nossa compreensão sobre como lidamos com a morte e o luto. Seu livro seminal, “Sobre a Morte e o Morrer”, lançado em 1969, apresentou ao mundo o conceito das Cinco Fases do Luto. Este modelo não só trouxe insights valiosos sobre como enfrentamos a morte, mas também se tornou uma ferramenta útil em várias outras áreas, incluindo o tratamento da dependência química.

Aplicando as Fases do Luto à Dependência Química

O modelo das Cinco Fases do Luto ganhou destaque na psicologia de recuperação de dependentes químicos. Embora originalmente projetado para entender o processo de morrer, o modelo provou ser surpreendentemente adaptável. Ele oferece um quadro para entender as complexas emoções e comportamentos associados ao vício e à subsequente jornada de recuperação.

Fases do Luto e o Caminho para a Sobriedade

  • Negação e Isolamento: Na primeira etapa da recuperação, o dependente pode se recusar a admitir o alcance de seu vício. O isolamento ocorre como um mecanismo de defesa, talvez acreditando que podem controlar o vício sozinhos, minimizando assim a necessidade de tratamento profissional.
  • Raiva e Culpa: Ao reconhecer o vício, a raiva se torna uma emoção proeminente. É comum colocar a culpa em fatores externos ou em outras pessoas. Essa fase é delicada para os entes queridos e profissionais de saúde que tentam apoiar o dependente.
  • Barganha e Tentativas de Compromisso: Nesta fase, o dependente pode buscar atalhos ou fazer barganhas, imaginando cenários onde podem usar substâncias de forma “controlada”. Este é um sinal de aceitação gradual do problema, mas também um obstáculo à recuperação plena.
  • Depressão e Questionamento: Reconhecendo o peso do vício e a luta pela recuperação, a depressão se instala. O sentimento de desesperança é comum aqui, e muitos questionam se a recuperação é realmente possível.
  • Aceitação e Planejamento Ativo: Por fim, a fase de aceitação vê o dependente químico se comprometendo com a sobriedade. É aqui que geralmente procuram ajuda profissional de forma proativa, participando de terapias e grupos de apoio.

A Complexidade do Processo de Recuperação

É crucial lembrar que a jornada de recuperação não é uma linha reta. As fases podem ocorrer de forma não-linear e são frequentemente cíclicas. A rede de apoio ao redor do dependente é vital durante todo o processo, tanto para o próprio dependente quanto para os que estão ao seu redor.

O Futuro do Modelo no Tratamento de Dependências

A aplicação das Cinco Fases do Luto no tratamento da dependência química continua a ser uma área de pesquisa e prática promissora. A abordagem ajuda profissionais da saúde e famílias a compreender melhor os desafios emocionais enfrentados pelo dependente, facilitando assim estratégias mais eficazes para a recuperação.

Referencias Bibliográficas

  • 1 – Kübler-Ross, E. (1969). On Death and Dying. Scribner.
  • 2 – Kübler-Ross, E. (2005). On Grief and Grieving: Finding the Meaning of Grief Through the Five Stages of Loss. Scribner.